Posted by : Felippe Barbosa
quarta-feira, 10 de julho de 2013
A
princípio, nada mais do que saborosos frutos de angiospermas orgulhosas. A
fundo, representações em miniatura da vermelhidão de nosso universo. Ao
passado, incluída na lista de mais fáceis palavras que crianças aprendem a
escrever. Ao futuro, na lista de mais intimidantes refeições que idosos com
dentes postiços temem saborear. Ao presente, apenas uma simples maçã.
Há muito a se dizer sobre um
indivíduo pelo modo como ele a abocanha. Carentes de atenção exibem um crocante
som chamativo. Tímidos repartem o fruto em partes antes de ingeri-lo. Mentes
pequenas o devoram de uma só vez. Sonhadores dão-lhe apenas uma simples
mordida, e a estampam no logo de sua empresa de eletrônicos. O mísero crocante
som causado pela mordida nos revela anseios e desejos dignos de qualquer clímax
subentendido.
Mas o segredo mais bem guardado por
tais frutas é o de que são elas que regem nossas vidas. Mesmo os mais
ignorantes seres humanos seguem seus passos sob a Teoria das Três Maçãs. E eis
que a explico a leigos e juristas...
A primeira delas seria a “Maçã
Envenenada”. Sim, a mesma que enviou a pálida princesa de lábios rúbeos a um
sono profundo nas histórias encantadas. É a maçã que representa nossa infância.
Um fruto que representa não o envenenamento em si, mas sim a facilidade com que
os problemas da vida podem ser superados. A noção de que basta algo mágico,
como um beijo de amor verdadeiro, para cessarmos qualquer efeito maligno. A
ideia espontânea na qual crianças podem quebrar qualquer maldição. É com olhos
brilhosos que caminhamos em nossos primeiros anos com a noção de que tudo é
belo, e que dificuldades podem facilmente ser superadas (mesmo que com a ajuda
de sete fartos anões).
A segunda etapa em nossa teoria
responde à “Maçã do Edén”. O momento crucial em que cansamos de viver na
ilusória utopia e ansiamos por enxergar o mundo de nossa própria maneira. O
fruto sedutor que nos atrai da mesma maneira que atraiu a ametódica Eva, nos
trazendo a cobiça irrefreável de experimentar o “Novo”. Na pérfida adolescência
em que nos cansamos de ser ordenados por forças exteriores a nós e mordemos a
maçã da independência, sendo guiados única e exclusivamente pelo desejo.
Deixamos de lado o mundo que foi criado para nós, na intenção de criar o nosso
próprio a nossa maneira.
E assim partimos à maturidade, na
qual a “Maçã de Newton” finalmente nos aguarda. O fruto crucial que despenca em
nossos crânios, do mesmo modo que se chocou há tempos na cabeça do pulcro
cientista, causando um severo distúrbio no qual o indivíduo passa a acreditar
que o mundo é regido por leis científicas e que a magia não passava de uma
ilusão da infância. Antes, o mundo era movido por feitiços. Agora, por física.
A ciência tampa nossos olhos e desaprendemos a sonhar.
Vermelha e sedutora, a maçã nos faz
nascer, sonhar e morrer, iludidos por não perceber que a semente não se
encontra no fruto, mas em nosso próprio interior, esperando apenas que algum
estímulo a faça germinar.
Vivemos pelas maçãs. Crescemos pelas
maçãs. Somos maçãs... Somos maçãs? Sim. E é por isso que prefiro lasanha.
Amei a maçã quadrada rsrsrs
ResponderExcluirNovamente, você nos presenteia com um ótimo teto! Parabéns!
ResponderExcluirBjs
www.livrosdabeta.blogspot.com.br
Olá meu anjo,
ResponderExcluirSou encanta por seus textos e esse é uma comparação fantástica.
Passei por todas as fases e a primeira maçã - A do envenenamento - é a que mais saboreio diariamente. Gosto de ser como criança: perdoar facilmente, tentar sempre e seguir em frente.
Beijos!
poesiaqueencantavida.blogspot.com.br
Adorei o seu texto. Acho que como sou uma leitora voraz, talvez eu nunca prove da Maçã de Newton.
ResponderExcluirBjs.
http://ciadoleitor.blogspot.com.br/
Uau, amei! Uma loucura bem construida, hehe. E faz sentido.
ResponderExcluirLeituras & Fofuras
Oi Felippe, tudo bem
ResponderExcluirVocê é um artista e tem muito talento, estou impressionada novamente com seu texto. O que está fazendo aqui que não escreveu aidna um livro, seria um sucesso com certeza, eu adoraria ler. E ainda me vi no seu texto, eu tenho o costume de pegar a maçã e cortá-la em vários pedaços e só de pois comê-la e pela sua interpretação quem faz isso é tímido, e você acertou, pelo menos comigo, pois sempre fui tímida. Amei a forma como você descreveu os estágios do desenvolvimento de uma pessoa através das maçãs.
beijinhos.
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Muito bom o texto! Você devia escrever um livro porque talento pra isso você tem. Adorei!
ResponderExcluirBeijos.
http://www.escritacolorida.com.br/
Olá, nossa que post mais bacana, sério adorei! super criativo e adorei saber de tudo que você comentou!
ResponderExcluirBeijos
www.oteoremadaleitura.com
Nossa, que texto mega interessante! Nunca pensaria em algo assim, adorei o que você disse quase no fim, que desaprendemos a sonhar... é uma realidade, se deixarmos a realidade nos suga e nos impede de ver as coisas realmente importantes, enquanto a rotina nos engole.
ResponderExcluirBeijo!
Ju
Entre Palcos e Livros
Que texto maravilhoso!! Bem construído, gostoso de ler, informativo... amei. Parabéns pelo blog! Já estou segundo ;)
ResponderExcluirBeijos
http://umaleitoravoraz.blogspot.com.br/
Oi, fiquei sem entender no inicio, depois percebi que tratava-se de um texto escrito por você. PArabéns, gostei muito. Tem talento, viu! ;)
ResponderExcluirHTTP://porredelivros.blogspot.com
Oie
ResponderExcluirmuito interessante o texto haha adorei, parabéns pelo blog e pela criatividade
Beijos
http://realityofbooks.blogspot.com.br/
Oi, Felippe
ResponderExcluirJá quero um livro com vários textos seus, se vira kkkk
Brincadeiras à parte. Parabéns por mais um excelente texto. Já no aguardo do próximo.
Abraço,
João Victor - De cabeça para baixo | All Pop Stuff
Oi, Felippe!
ResponderExcluirQue texto interessante. Adorei. Informativo e instigante. Fantástico!
Celly
http://melivrandoblog.blogspot.com/